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Risco de faltar defensivos é real, dizem especialistas

Risco de faltar defensivos é real, dizem especialistas

Os produtores começam a semear a safra de verão 2021/22 em meio a uma preocupação: há o risco de faltar alguns insumos, como defensivos. O problema, que começou a ser percebido nos últimos meses devido a uma soma de fatores, entre os quais os efeitos da pandemia e fenômenos climáticos devastadores que desorganizaram a cadeia produtiva como um todo. De acordo com especialistas, a situação pode se agravar: além de Glifosato, o risco de desabastecimento atinge também itens como 2-4,D, Atrazina, Diquat, Acefato e Glufosinato.

 

Covid-19 - O problema não ocorre apenas no Brasil. De acordo com o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg), os efeitos da Covid-19 na Ásia têm acarretado restrições de matéria-prima. A entidade informou também que houve aumento generalizado de preços das matérias-primas e a falta de produtos tem sido inevitável.

 

Tempestades - Mais recentemente, o maior produtor de Glifosato dos Estados Unidos foi desativado devido aos impactos do furacão Ida. A Bayer Crop Science publicou que sua fábrica de Luling, Louisiana, está parada e não se sabe por quanto tempo esta situação perdurará. A planta de Luling é a maior produtora de Glifosato, o principal ingrediente do Roundup nos Estados Unidos. A escassez de Glifosato e Glufosinato na primavera passada fez com que os preços subissem 50% em alguns casos, iniciando uma escalada que já chegou a 150% e nada indica que deve parar por aí.

 

Na China - Do outro lado do mundo, na China, o tufão batizado de In-Fa atrapalhou as operações de logística e de fornecimento de insumos do país.  A intempérie que atingiu a costa leste dificulta o embarque e o desembarque nos portos, além de provocar danos com inundações que ainda estão sendo contabilizados e reparados. A tempestade tropical atingiu em cheio a região do porto de cargas de Ningbo – um dos maiores do mundo – junto ao porto de Xangai. Com isso, a atividade portuária em Xangai e Ningbo foi suspensa, assim como o tráfego aéreo e ferroviário.

 

Impactos - O resultado serão mais atrasos na logística e no frete de produtos chineses, o que impacta diretamente no fornecimento de insumos para a agricultura brasileira, uma das maiores compradoras dos agroquímicos e fertilizantes do gigante asiático. Esse fornecimento já vinha claudicante com restrições governamentais impostas às indústrias chinesas, o que provocou, também, aumento generalizado nos preços dos químicos.

 

Na Cocamar - Conforme explica o gerente executivo comercial de Insumos, Geraldo Ganaza, a cooperativa fez um planejamento com bastante antecedência na tentativa de se precaver de uma possível falta, mas ele lembra que a preocupação dos produtores faz sentido. "À exceção do Diquat, em falta desde a campanha de vendas realizada no início do ano, a Cocamar ainda não vive o problema de não ter produtos para disponibilizar ao cooperado, devido, principalmente, ao grande volume de negócios que foi antecipado", diz Ganaza. No caso do Diquat, inclusive, há outras opções que atendem ao cooperado. Ele lembra, no entanto, que os estoques são finitos. "Se a situação continuar do jeito que está se desenhando, se houver um agravamento, poderemos também ser atingidos", afirma.

 

Dificuldades - O Sindiveg comenta que grande parte dos produtores antecipou suas compras de defensivos para esta safra 2021/22, mas alguns canais já vêm enfrentando dificuldades para honrar as entregas.

 

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